08/10/2015 às 16h56min - Atualizada em 08/10/2015 às 16h56min

Presidente turco adverte Rússia sobre contratos de energia

CORREIO DO BRASIL
Presidente turco, Tayyip Erdogan, durante encontro em Bruxelas

Irritado com incursões russas no espaço aéreo da Turquia, o presidente turco, Tayyip Erdogan, avisou a Rússia que há outros países que lhe poderiam fornecer gás natural e construir sua primeira usina nuclear.

Aviões russos entraram duas vezes no espaço aéreo turco no fim de semana, quando a Rússia desfechava ataques aéreos na Síria. Depois disso, jatos F-16 da Turquia também têm sido assediados por sistemas de mísseis baseados em território sírio e aviões não identificados.

– Não podemos aceitar a situação atual. As explicações da Rússia sobre as violações do espaço aéreo não são convincentes – disse Erdogan a repórteres quando se dirigia ao Japão para uma visita oficial, segundo o diário turco Sabah e outros meios de comunicação.

Os ataques aéreos da Rússia em apoio às forças do presidente Bashar al-Assad mudaram o equilíbrio de poder no conflito sírio e representam um golpe para as aspirações da Turquia de ver Assad ser removido do poder.

Mas, além de protestar, há pouca coisa que o governo turco pode fazer.

A Rússia é o maior fornecedor de gás natural da Turquia, que compra anualmente dos russos de 28 a 30 bilhões de metros cúbicos (bcm) do total de 50 bcm que consome. Outros fornecedores importantes são o Irã e o Azerbaijão, além de haver planos de adquirir uma pequena quantidade do Turcomenistão.

A Turquia encomendou da estatal russa Rosatom, em 2013, a construção de quatro reatores de 1,2 mil megawatts cada, como parte de um projeto de US$ 20 bilhões, embora ainda não tenha sido definida a data de início do que seria a primeira usina de energia nuclear turca.

Erdogan disse estar ressentido sobre a intervenção russa na Síria, que a Turquia vê como seu próprio quintal, mas no momento não planeja conversar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Bons laços

A Rússia quer manter bons laços com a Turquia, disse nesta quinta-feira o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov, depois de o governo turco ter expressado crescente contrariedade com a intervenção militar russa na Síria.

– No que se refere à operação aérea da Rússia na Síria, nossas ações em apoio à defesa da Síria contribuem para garantir estabilidade e segurança na região que se encontra nas fronteiras da Turquia – disse Peskov a jornalistas.

Peskov afirmou ainda que qualquer aumento de presença de tropas britânicas no leste europeu será lamentável. O porta-voz afirmou ainda que a Rússia agirá para garantir “paridade” se a Grã-Bretanha decidir levar adiante essa medida.


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