09/10/2015 às 17h04min - Atualizada em 09/10/2015 às 17h04min

EI: Arábia Saudita se opõe aos russos na Síria

Ao mesmo tempo, a fonte no governo saudita disse que o país não pretende fornecer armamentos ao Estado Islâmico ou Frente al-Nusra

CORREIO DO BRASIL

A Arábia Saudita pretende aumentar o seu apoio aos rebeldes sírios que lutam contra o governo de Bashar Assad, informou à agência britânica de notícias BBC.

A medida é considerada uma resposta às ações russas na Síria, comunicou um oficial governamental em Riad que preferiu ficar anônimo à agência de notícia britânica. Entre as armas letais modernas que o governo saudita promete fornecer aos rebeldes estão armas antitanque, mas o oficial saudita disse que há hipótese de o país também enviar mísseis terra-ar, passo ao qual muitos países ocidentais se opõem por causa do receio de que estas armas possam cair nas mãos dos terroristas do Estado Islâmico.

Ao mesmo tempo, a fonte no governo saudita disse que o país não pretende fornecer armamentos ao Estado Islâmico ou Frente al-Nusra. Ao invés disso, os três grupos rebeldes sírios a serem apoiados pelos sauditas são o Jaish al-Fatah (Exército de Conquista), o Exército Livre da Síria e a Frente Sul.

É que a Arábia Saudita afirma que a Rússia realiza ataques na Síria não contra o Estado Islâmico mas contra os grupos armados de oposição, apoiando o regime do presidente sírio Bashar Assad.

Em 2 de outubro, os EUA e os seus aliados entre os quais o Reino Unido, a França, a Alemanha, a Turquia, o Qatar e a Arábia Saudita apelaram à Rússia para pôr fim aos ataques aéreos contra as forças da chamada “oposição moderada” na Síria, avisando que as suas ações levarão a uma maior escalada do conflito e a novas ondas de extremismo e terrorismo neste país do Oriente Médio.

Na quinta-feira o representante oficial do Ministério das Relações Exteriores Maria Zakharova afirmou que as Forças Aeroespaciais russas na Síria atacam somente terroristas e os que contribuem para o terrorismo internacional.

Desde 30 de setembro último, a pedido do presidente sírio Bashar Assad, a Rússia iniciou ataques localizados contra as posições do Estado Islâmico na Síria, usando aviões Su-25, bombardeiros Su-24M, Su-34, protegidos por caças Su-30SM.

Segundo os dados mais recentes, as Forças Aeroespaciais russas realizaram, desde o início da operação, cerca de 140 missões contra as posições dos terroristas, nomeadamente postos de comando, campos de treinamento e arsenais. Além disso, os navios da Frota do Mar Cáspio lançaram 26 mísseis de cruzeiro contra os territórios controlados pelos jihadistas. A precisão de ataque é de cerca de 5 metros.

Os alvos dos ataques são estabelecidos com base nos dados de reconhecimento russo, sírio, iraquiano e iraniano. O embaixador sírio na Rússia, Riad Haddad, confirmou que as missões aéreas são realizadas contra organizações terroristas armadas, e não contra grupos da oposição política ou civis. Além disso, segundo ele, em resultado da operação da Força Aérea russa, já foi destruída cerca de 40% da infraestrutura do Estado Islâmico.

Treinamento de rebeldes

As autoridades estadunidenses acabam de encerrar, nesta sexta-feira, o programa de treinamento de rebeldes sírios do Pentágono.

O programa, vigente desde há cerca de um ano, custou ao Departamento de Defesa US$ 500 milhões, mas não produziu os resultados desejáveis.

O respectivo anúncio foi previsto para esta sexta-feira, mas nem por isso perde importância e relevância.

– Eu não foi satisfeito com os primeiros esforços do programa – disse Ashton Carter, secretário da Defesa dos EUA, citado pelo The New York Times, durante uma coletiva conjunta com o seu colega britânico, Michael Fallon.

Outra fonte citada pelo jornal disse que este passo testemunha que Washington reconheceu o fracaso do seu programa.

Os EUA mantinham campos de treinamento na Jordânia, no Catar, na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos (EAU). Estes centros serão, a partir de agora, substituídos por um só centro que será situado na Turquia.

À agência inglesa de notícias Reuters cita Carter dizendo também que o governo dos EUA apresentará em breve umas “sugestões” relativamente ao programa de treinamento da oposição síria.

– Eu acho que ele (o presidente dos EUA, Barack Obama) irá, no futuro mais próximo, fazer públicas as sugestões, previamente aprovadas por ele e que bós intentamos levar a cabo – disse Carter.


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