Um bebê morreu após uma embarcação de plástico, que levava ele e 56 imigrantes, naufragar e ficar a deriva na costa da ilha grega de Lesbos, informou a guarda costeira grega nesta sexta-feira.
O menino de um ano de idade, cujo nacionalidade não foi informada, foi encontrado inconsciente em um bote de plástico que furou e estava a deriva na quinta-feira. O bebê foi levado para um hospital, onde foi declarado morto.
A guarda costeira resgatou o restante dos imigrantes, alguns ainda estavam no mar.
Quase 400 mil pessoas desembarcaram na Grécia nesta ano, segundo a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU). A maioria seguiu rapidamente para o norte, em direção à Alemanha.
Deportações de imigrantes
Os governos da União Europeia concordaram na quinta-feira em intensificar as deportações de imigrantes ilegais e discutiram a criação de uma força de fronteira da UE, entre outras medidas para lidar com as centenas de milhares de refugiados que chegam em fuga da guerra civil na Síria.
Destacando a devastação causada pelas caóticas caminhadas em massa através das fronteiras abertas da Europa, o Estado alemão da Baviera ameaçou romper com Berlim e enviar de volta para a Áustria os imigrantes que cruzam sua montanhosa fronteira.
A chanceler alemã, Angela Merkel, cuja recepção aos refugiados tem lhe custado popularidade, insiste que não vai fechar as portas do país. Seu vice disse que não poderia haver um soerguimento de “pontes levadiças”. O ministro do Interior da Áustria alertou sobre possíveis “revoltas” na fronteira.
A disputa entre Viena e a Baviera, uma das regiões mais ricas da Alemanha e que alega ter recebido mais de 200 mil imigrantes somente em um mês a partir da Áustria, ajuda a explicar o apoio expresso de Merkel pela deportação de pessoas que não estejam em fuga para salvar suas vidas. Ela também disse apoiar controles mais rígidos sobre quem entra na Europa através do Mar Mediterrâneo.
Um documento com políticas a serem implementadas aprovado por ministros do Interior da UE em Luxemburgo chama os Estados a serem mais efetivos em garantir que as pessoas deportadas de fato saiam da Europa. Cerca de 470 mil ordens de expulsão foram emitidas no ano passado, mas menos que 40 % delas foram cumpridas.
Os ministros não quiseram estabelecer números em relação a futuras deportações.
– Taxas de retorno maiores devem servir como um fator desencorajador para a imigração ilegal – diz o documento, que também aprova a detenção daqueles que tentem se esconder antes de serem expulsos.
O texto pede ainda que uma maior “influência” seja exercida sobre nações africanas e outros países pobres, incluindo através de orçamentos de ajuda humanitária, para que aceitem o retorno de cidadãos que tenham entrada recusada na Europa.
– Retornos são sempre duros – disse o ministro do Interior alemão, Thomas de Maiziere, a jornalistas. “Mas… somente podemos oferecer espaço e apoio a refugiados em necessidade de proteção se aqueles que não precisam de proteção não venham ou voltem rapidamente.”
Imigrantes sírios
A Turquia está preocupada com o potencial para uma nova onda de imigrantes sírios que podem chegar em suas fronteiras como resultado dos ataques aéreos russos na Síria, informou o Ministério das Relações Exteriores nesta sexta-feira.
Um fluxo em massa de refugiados, muitos da Síria, iniciou uma crise na União Europeia. O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, cujo país recebe mais de 2 milhões de imigrantes, acusou o bloco de dar uma resposta inadequada.
– Com as operações aéreas russas das semanas recentes, há naturalmente um potencial para o surgimento de uma onda de imigrantes. Estamos preocupados com isto – disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Tanju Bilgic a repórteres.
Ele também disse que a Turquia, país membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), estava continuando conversas com a aliança e parceiros bilaterais sobre aumento de capacidades de defesa, incluindo sistemas de mísseis Patriot, mas não fez um pedido para a Otan enviar forças militares para a Turquia.
A violação do espaço aéreo turco por dois jatos russos na semana passada levou o conflito russo para as fronteiras da Otan, mas Bilgic disse que, até o momento, nenhuma delegação russa foi enviada à Ancara para providenciar informações sobre as incursões.