18/10/2015 às 11h31min - Atualizada em 18/10/2015 às 11h31min

Justiça retoma processo contra Silas Malafaia por “homofobia”

Em seu programa de TV de 2011 o religioso pediu que entidades ligadas à igreja católica “baixassem o porrete” nos organizadores da Parada Gay

GOSPEL PRIME
Foto: Divulgação.

A primeira instância havia determinado a extinção da ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal de São Paulo contra o pastor Silas Malafaia por declarações consideradas homofóbicas durante seu programa de TV em 2011.

Mas nesta quinta-feira (15) o MPF divulgou que o Tribunal Regional Federal da 3ª Região determinou a retomada da ação para que o pastor evangélico seja investigado. A ação também cita a TV Bandeirantes e a União.

Ao determinar a reabertura do processo o procurador da República Jefferson Aparecido Dias disse que Malafaia incitou a violência contra os homossexuais ao pedir que a CNBB, órgão da Igreja Católica, “baixar o porrete” no ativismo gay.

“Como líder religioso, o réu Silas Lima Malafaia é formador de opiniões e moderador de costumes. Ainda que sua crença não coadune com a prática homossexual, incitar a violência ou o desrespeito a homossexuais extrapola seus direitos de livre expressão, constituindo prática violadora dos direitos fundamentais à dignidade, à honra e mesmo à segurança desses cidadãos. Por isso a importância da retratação de seus comentários homofóbicos diante de seus telespectadores”.

Naquele ano o religioso ficou furioso com a forma como santos católicos e símbolos cristãos foram usados durante a Parada do Orgulho Gay. Em seu programa de TV Malafaia afirmou:  “Os caras na Parada Gay ridicularizaram símbolos da Igreja Católica e ninguém fala nada. É pra Igreja Católica entrar de pau em cima desses caras, sabe? Baixar o porrete em cima pra esses caras aprender (sic). É uma vergonha.”

O MPF foi acionado pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais Travestis e Transexuais (ABGLT) dizendo que a fala de Malafaia estimulava a violência contra gays, desrespeitando a comunidade.

O religioso já explicou diversas vezes que ele dizia para as entidades católicas processar os organizadores da Parada Gay por vilipendiar símbolos religiosos e que as expressões “baixar o porrete” não estimula a violência.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »