O dólar subia nesta segunda-feira, voltando a R$ 3,90, com investidores apreensivos com a situação econômica e política no Brasil, em meio a incertezas sobre a permanência de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda mesmo após a presidente Dilma Roussef afirmar que ele permanece no cargo.
Às 10:32, o dólar avançava 0,75%, a R$ 3,9024 na venda, após subir quase 2% na sessão passada. Segundo operadores, o quadro conturbado limitava o volume de negócios, deixando o mercado mais sensível.
“Nessa de ‘fica Levy, sai Levy’, a verdade que permanece é a de que o País está parado, a mercê de interesses políticos, com desemprego, contração da economia, inflação alta e com a grande possibilidade de perdermos (de novo) o selo de bom pagador ainda neste ano, se o ajuste fiscal não evoluir”, escreveu em nota a clientes o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.
Minutos antes do fechamento do mercado à vista na sexta-feira, notícias de que Levy teria preparado carta de demissão golpearam os mercados financeiros locais. O Ministério da Fazenda e a própria presidente, no entanto, negaram a informação.
Nesse contexto, o contrato do dólar para novembro, que ampliou o avanço após o fechamento do mercado à vista na sessão passada para mais de 3%, recuava cerca de 0,5% nesta manhã, corrigindo parte dos ganhos da sessão anterior.
– O mercado entendeu essa novela como: o Levy não sai nesta semana, mas o futuro mais distante é uma incógnita – disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.
Atritos entre o Congresso e o Palácio do Planalto e incertezas sobre eventual processo de impeachment contra Dilma vêm injetando volatilidade no mercado brasileiro de câmbio.
Nos mercados externos, o dólar ganhava terreno em relação às principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano, após a economia chinesa registrar crescimento de menos de 7% pela primeira vez desde a crise financeira global, alimentando preocupações com a recuperação da economia global.
Nesta manhã, o Banco Central dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, com oferta de até 10.275 contratos, que equivalem a venda futura de dólares.