19/10/2015 às 15h36min - Atualizada em 19/10/2015 às 15h36min

Produção de minério de ferro da Vale cresce 2,9% no terceiro trimestre

CORREIO DO BRASIL
Sede da Vale, no centro do Rio de Janeiro

A produção de minério de ferro da brasileira Vale teve a melhor performance de sua história no terceiro trimestre, apesar de a companhia paralisar a extração em minas menos eficientes, em meio aos baixos preços da commodity devido ao excedente global.

A maior produtora global de minério produziu entre julho e setembro um recorde trimestral de 88,225 milhões de toneladas, alta de 2,9 % ante o mesmo período de 2014, informou a mineradora nesta segunda-feira em seu relatório de produção.

Os volumes excluem a produção atribuível à Samarco, joint venture da Vale com a BHP Billiton, além do minério adquirido de terceiros. Na próxima quinta-feira, a companhia publicará o seu balanço financeiro do terceiro trimestre.

A Vale, maior produtora global de minério de ferro, tem seguido a mesma estratégia das suas grandes rivais australianas Rio Tinto e BHP Billiton, ao manter forte produção para defender participação de mercado, em meio aos baixos preços internacionais do minério de ferro.

Em relatório para clientes, o BTG Pactual afirmou que o crescimento da produção de minério de “apenas” 3 % na comparação anual ainda não é suficiente para compensar um ambiente de preços “substancialmente” mais fracos.

O banco disse que o montante de minério produzido no trimestre foi “decente” e que permanece cauteloso diante do cenário internacional.

– A vida após a China pode ser mais dolorosa e tememos que o pior ainda esteja por vir – afirmaram os analistas Leonardo Correa e Caio Ribeiro, em relatório.

O minério de ferro para entrega imediata no porto chinês de Tianjin opera por volta de US$ 52 a tonelada atualmente, ante máximas próximas de US$ 200 há quatro anos.

A Vale explicou que operações menos eficientes foram desligadas no terceiro trimestre, como parte de sua estratégia de redução de custos, totalizando o encerramento de uma capacidade anualizada de 13 milhões de toneladas.

Dentre as plantas de beneficiamento que foram paralisadas estão Feijão, Jangada, Pico, Fábrica e Brucutu, em Minas Gerais.

– No entanto, os ganhos de produtividade em outras operações parcialmente compensaram a paralisação da produção nas plantas de beneficiamento. Também houve redução na compra de minério de terceiros no terceiro trimestre – afirmou a Vale no boletim.

A produção de Carajás, principal mina da Vale, no Pará, atingiu 33,9 milhões de toneladas no terceiro trimestre, a maior para um terceiro trimestre, principalmente devido ao crescimento da produção das minas de N4WS e N5S e à melhor utilização da capacidade da Planta 2.

No acumulado do ano até setembro, a Vale produziu recorde de 248 milhões de toneladas, alta de 5 %  em relação ao mesmo período do ano passado.

A meta da Vale é produzir 340 milhões de toneladas neste ano, segundo declarações anteriores da companhia. Entretanto, no relatório de produção a empresa não fez menção a esse volume.

As ações PN da mineradora apresentavam queda de 1,78 %  na Bovespa, para R$ 14,92, às 12h30.

A Vale, que também está entre as maiores produtoras de níquel do mundo, atingiu extração de 71,6 mil toneladas da commodity no terceiro trimestre, queda de 0,7 %  ante um ano antes, segundo relatório de produção da companhia.

A corretora Cowen & Company afirmou em relatório que o número veio abaixo da sua expectativa que era de 75 mil toneladas no trimestre.

A mineradora ressaltou que houve um aumento de 6,7 %  na comparação com o trimestre anterior, como resultado da maior produção em Sudbury, Indonésia e Nova Caledônia após paradas de manutenção no segundo trimestre.

 


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