30/01/2019 às 15h01min - Atualizada em 30/01/2019 às 15h01min

Mineradoras garantem a Imasul controle e segurança das barragens em Corumbá

Reunião foi a última antes de início prático de vistoria de grupo de trabalho

RAFAEL RIBEIRO
Correio do Estado
Ricardo Eboli, do Imasul, fala sobre os objetivos da vistoria durante reunião na sede da Vale, em Corumbá - Foto: Edemir Rodrigues/Governo de MS

O grupo de trabalho coordenado pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, criado para vistoriar as barragens de contenção de rejeitos de minérios de ferro da Vale e da Vetorial, mineradoras que exploram as reservas minerais de Corumbá, iniciou nesta terça-feira (29) a ação preventiva para identificação da rotina operacional das instalações, seguindo recomendação do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

O grupo se reuniu com as duas empresas nesta tarde, as quais apresentaram um relatório do planejamento de manutenção e de segurança das barragens. As informações foram divulgadas pelo Governo do Estado por meio de nota.

Está previsto para amanhã (30) o início, efetivo, da vistoria em nove barragens – sete da Vale e duas da Vetorial -, com o acompanhamento do Ministério Público Federal (MPF).

As minas situam-se a 40 quilômetros a leste de Corumbá, na Morraria do Urucum, uma das maiores reservas de minério do País.

Durante mais de duas horas, técnicos da Vale expuseram todo o plano de manutenção e de ação de emergência das suas sete barragens, algumas em processo de desativação, e garantiram total segurança na parte operacional destas unidades e também no planejamento de evacuação das comunidades ao redor em caso de algum incidente.

Foi informado, inclusive, que em novembro do ano passado, a empresa realizou uma simulação de risco envolvendo funcionários e a população.

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Morro do Morro do Urucum, em Corumbá, é um pontos de mineiração no Estado - Foto: Arquivo/ Correio do Estado

ROTA DE INUNDAÇÃO

Segundo o engenheiro Odilon Silva, gerente de operações da Vale, simulações feitas por computador indicaram que, em caso de rompimento da principal barragem de Urucum, a Gregório, com 9 milhões de metros cúbicos de capacidade, a chamada mancha de inundação atingiria os balneários localizados no distrito de Maria Coelho, chegando à rodovia BR-262, numa extensão de 16 quilômetros. Na região residem cerca de 200 pessoas.

Apresentação do relatório da Vetorial, na sede da Administração da Hidrovia do Paraguai (Ahipar)

Para o diretor-presidente do Imasul, Ricardo Eboli, a grande preocupação é essa mancha chegar à Baía do Jacadigo, a alguns quilômetros da rodovia, que tem ligação com o Rio Paraguai, o que causaria uma destruição ambiental sem precedentes ao Pantanal.

A Vale informou que caso ocorra um incidente no fim de semana, a população flutuante na região chegaria a 600, número previsto pela gestão de crise montado pela empresa.

A Vetorial também expôs seu plano de monitoramento e de atendimento emergencial aos moradores que vivem ao redor da Morraria de Urucum, onde a empresa opera uma siderúrgica e retira o minério de suas minas.

Das duas barragens – integram o sistema bacias de escavação -, a Monjolinho é a que tem maior capacidade de depósito de rejeitos: 150 mil metros cúbicos. A vistoria às minas da Vetorial ocorrerá às 9h de amanhã; às da Vale, às 14h.

A procuradora federal Maria Olívia Pessoni Junqueira participou das reuniões técnicas com as duas mineradoras. Estavam presentes também Ricardo Ebole, do Imasul, o deputado estadual Felipe Orro (PSDB), da comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, Marcos Derzi, da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste, e representantes da prefeitura de Corumbá, Defesa Civil do Estado, Corpo de Bombeiros; Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea/MS) e Polícia Militar Ambiental.


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