26/11/2015 às 00h00min - Atualizada em 26/11/2015 às 00h00min

Planalto discute prisão de Delcídio

Após a reunião na Casa Civil entre os ministros, Jaques Wagner foi chamado pela presidenta Dilma Rousseff

CORREIO DO BRASIL
Foto: Divulgação.

O Palácio do Planalto foi surpreendido com a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) pela Polícia Federal esta manhã. Os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner; da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, se reuniram há pouco para avaliar a prisão do senador, que é líder do governo no Senado. 

Os ministros fizeram uma avaliação do quadro político com a prisão de Delcídio e discutiram o possível anúncio de um novo líder do governo no Senado. O escolhido poderá ser um dos vice-líderes do governo no Senado: senadores Hélio José (PSD-DF), Paulo Rocha (PT-PA), Wellington Fagundes (PR-MT) e Telmário Mota (PDT-RR).

Após a reunião na Casa Civil entre os ministros, Jaques Wagner foi chamado pela presidenta Dilma Rousseff.

Perplexidade no Senado

Senadores da bacanda do PT e alguns líderes da base governista no Senado se reuniram na Liderança do partido na Casa, para discutir a situação do líder do governo, Delcídio do Amaral (PT-MS) preso na manhã desta quarta-feira pela Polícia Federal.

A prisão foi autorizada pelo relator do processo da Operação Lava Jato na Corte, ministro Teori Zavascki. A suspeita é de que o senador estaria obstruindo as investigações do caso. Também foi preso o banqueiro André Esteves, dono do banco BTG Pactual.

– Estamos todos perplexos. É um constrangimento generalizado – disse o senador Paulo Paim (PT-RS) que participou da reunião.

Em nota, o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), diz que foi informado, no início da manhã, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as diligências envolvendo o senador Delcídio do Amaral (PT-MS).

“O Senado Federal aguarda a remessa das informações pelo STF, segundo o que estabelece a Constituição Federal em seu Artigo 53. Posteriormente, o Senado Federal adotará as medidas que entender necessárias”, diz a nota. Renan disse ainda que vai reunir os líderes partidários e a Mesa Diretora para discutir o assunto.

Por se tratar de um senador da República, a manutenção da prisão de Delcídio terá que ser decidida em uma sessão no plenário da Casa por maioria dos membros – 41 senadores. Segundo a assessoria da Secretaria-Geral da Mesa, como se trata de um caso inédito, já que nunca um senador foi preso no exercício do mandato, o presidente da Casa terá que decidir como vai encaminhar o processo.

Após o recebimento dos autos do processo, o Senado terá 24 horas para se posicionar sobre o assunto. A exemplo do que acontece na Câmara dos Deputados, uma das possibilidades é mandar o processo para análise da Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

O senador Raldolfe Rodrigues (Rede-AP) considerou graves as acusações contra o líder do governo. “São gravíssimas. A Constituição diz que o Senado tem que se reunir para deliberar sobre esse tema. Eu defendo que o Senado, ao receber os autos, analise as provas e proceda de forma que não obstrua qualquer investigação por parte da Justiça”, defendeu.

– Nós ainda estamos perplexos vamos esperar receber mais informações para deliberar – disse a senadora Lídice da Mata (PSB-BA).

– O Supremo tomou a decisão. Teve as suas razões que nós não conhecemos e elas vão chegar ao Senado que, tomando conhecimento, vai deliberar. O Senado vai agir com racionalidade, mas também com autonomia – disse o senador Agripino Maia (DEM-RN).


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