O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), confirmou a agenda, nesta, nesta segunda-feira, com os líderes partidários para discutir sobre o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Em caso de uma nova manobra de Cunha e da oposição, o governo e o PT decidiram que vão recorrer ao STF caso a alteração no regimento interno da Casa Legislativa se concretize.
– Qualquer tentativa de mudar o regimento e encontrar uma saída para a decisão do STF, vamos recorrer. É isto que vamos comunicar a ele [presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)] durante a reunião [ de líderes]. Vamos denunciá-lo por descumprimento de ordem judicial – disse o deputado Paulo Pimenta.
Na reunião desta segunda, Cunha e demais parlamentares discutirão o projeto do líder do DEM na Casa, Mendonça Filho (PE), que altera o regimento interno para prever que serão admitidas tanto as indicações dos líderes partidários “como candidaturas avulsas oriundas do mesmo bloco ou partido” para eleger membros da comissão.
De acordo com Mendonça Filho, embora o atual regimento não preveja as candidaturas avulsas, ele pode ser alterado para garanti-las.
– Decisão do Supremo tem que ser respeitada, mas elas não são eternas – disse.
Aprovação do governo Dilma tem ligeira recuperação
A aprovação ao governo da presidente Dilma Rousseff passou de 10% em novembro para 12% este mês, em um leve sinal de melhora em um ano marcado pela queda na popularidade da presidente, de acordo com pesquisa Datafolha publicada pelo jornal Folha de S.Paulo neste domingo.
Em outro sinal de melhora para Dilma, o número de pessoas que consideraram o governo ruim ou péssimo passou de 67% no mês passado para 65% em dezembro. O número de entrevistados que apontou o governo como regular permaneceu estável em 22%, segundo o levantamento.
Os números confirmam tendência de recuperação da imagem de Dilma, que tinha 71% de desaprovação e 8 por cento de aprovação em agosto, segundo o Datafolhs.
Dilma enfrenta cenário complicado devido a um período de recessão econômica e a uma crise política que resultou na deflagração de um processo de impeachment contra a presidente no Congresso Nacional, além das investigações da operação Lava Jato contra a corrupção.
Enquanto Dilma luta contra o impedimento, caiu o número de pessoas que defendem o impeachment ou a renúncia da presidente. Aqueles que dizem que Dilma deveria renunciar passaram de 62% em novembro para 56% este mês, enquanto os favoráveis ao impeachment foram de 65 por cento no mês passado para 60% em dezembro.
O Datafolha, que ouviu 2.810 pessoas em 16 e 17 de dezembro, também constatou que 58% dos brasileiros consideram que um eventual governo comandado pelo vice-presidente Michel Temer seria pior ou igual ao de Dilma.
Para 18% um governo Temer seria ótimo ou bom, enquanto 32% disseram que seria ruim ou péssimo e 36% apontaram como regular.
A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.