O documento, proposto pela Procuradoria-Geral da República, cita o servidor estadual Fadel Tajher Iunes Júnior, apontado como arrecadador da campanha do grupo do então governador. Ele é citado na petição 6826, que relaciona pagamentos indevidos aos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Atual deputado federal, Zeca do PT tem foro privilegiado e teve investigação autorizada pelo ministro do STF, Edson Fachin. Já os citados sem esse benefício podem ser alvo de investigação na Justiça Federal.
De acordo com os delatores da operação Lava Jato, João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto, o Grupo Odebrecht tinha crédito decorrentes de obras públicas nos dois Estados. As dívidas foram reconhecidas, mas os governos apontavam falta de lastro financeiro para o pagamento.
“Nesse cenário, o então Governador Zeca do PT teria direcionado o colaborador a Fadel Tajher Iunes Júnior, visto como arrecadador da campanha do grupo do então governador”, informa a petição. Auditor fiscal da Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda), Fadel foi cedido ao TCE (Tribunal de Contas do Estado).
O ex-governador Zeca aparece na lista da Odebrecht com o codinome “pescador” e pagamento de R$ 400 mil. Segundos os delatores, as negociações também passaram a incluir o ex-senador Delcidio Amaral (sem partido), que seria candidato ao governo pelo PT.
A reportagem não conseguiu contato com Fadel Tajher Iunes Júnior e Delcídio Amaral. Por meio de nota à imprensa, Zeca do PT aponta erro na denúncia. “Ocorre aí um erro enorme. Fui eleito governador em 1998 e reeleito em 2002. Portanto em 2006 estava impedido de ser candidato a governador e não disputei nenhum cargo naquela eleição”, diz.
Dívida - O crédito da Odebrecht com Mato Grosso do Sul era decorrente de serviços prestados pela CBPO (Companhia Brasileira de Projetos e Obras) na execução da MS-030. O contrato com o Dersul (Departamento de Estradas e Rodagem de Mato Grosso do Sul) era de 1986. Posteriomente, a CBPO passou a integrar o Grupo Odebrecht.