04/06/2017 às 12h10min - Atualizada em 04/06/2017 às 12h10min

Presidência do STF avalia pedido de MS contra curtume que denunciou cobrança de propina

Dono da empresa disse ter sido extorquido em troca do benefício

Celso Bejarano e Marta Ferreira
Midiamax

Já está no gabinete da presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), a ministra Carmen Lúcia, o recurso judicial movido pelo Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul, que pede para suspender definitivamente os incentivos fiscais cedidos à Braz Peli Comércio de Couro Ltda, empresa que funciona há pelo menos 15 anos no Núcleo Industrial de Campo Grande.

O governo estadual acelerou o pedido no início da semana passada depois que o dono da empresa, José Alberto Berger deu entrevista para o Fantástico, programa de Rede Globo, denunciando um suposto esquema de pedido de extorsão para obter o benefício. Ele disse ter desembolsado meio milhão de reais para garantir o benefício. O governo de Reinaldo Azambuja, PSDB, negou com veemência que mantém esquema de extorsão.

Contudo vídeos gravados pelo próprio Berger mostram um certo José Ricardo Guitti, conhecido por Polaco, que seria ligado ao ex-secretário da Casa Civil, Sérgio de Paula, recebendo maços de dinheiro que eram guardados dentro de um envelope. Polaco não

 

Ao jornal Midiamax, Berger confirmou o que havia dito a Globo e disse ainda que tem mais vídeos com denúncias para entregar ao Ministério Público.

A ida ao STF foi anunciada na terça-feira pelo secretário de Governo, Eduardo Riedel. Em coletiva de imprensa, ele afirmou que o dono da empresa Braz Peli estaria cometendo sonegação fiscal e ainda utilizando notas frias como meio de gerar crédito de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

A descoberta da fraude, segundo Riedel ocorreu em novembro do ano passado, período que o governo cortou o incentivo da Braz Peli.

No entanto, a empresa recorreu e hoje, por força de liminar, o benefício é mantido.

Em entrevista ao Midiamax, Berger confirmou a suspensão do incentivo, que recorreu, mas negou qualquer Irregularidade na emissão de notas ou de outra atividade envolvendo sua empresa. Eduardo Riedel apontou até número na entrevista concedida na terça-feira passada: que a Braz Peli teria sonegado em torno de R$ 215 milhões.

Embora a entrevista em cadeia nacional tenha sido mostrada uma semana atrás, o ex-chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, ainda não se defendeu.

De Paula foi bancário em Dourados, período que se aproximou de políticos entre as décadas de 1980 e 1990. Ele era uma espécie de número 1 do governo de Reinaldo Azambuja até março deste ano.

Azambuja disse à época que a saída de De Paula estaria prevista e que estava cumprindo um plano que chamou de readequação. Do governo, o ex-chefe da Casa Civil foi para o PSDB regional, onde ocupa o cargo de tesoureiro.


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