31/10/2017 às 08h24min - Atualizada em 31/10/2017 às 08h24min

Denúncias contra Temer crescem e mantêm o governo paralisado

Até quarta-feira, no mínimo, o governo de Michel Temer fica parado, sob peso de doença e mais denúncias.

CORREIO DO BRASIL
Temer deixa o hospital, mas as denúncias contra ele continuam pesando no seu governo

O presidente de facto, Michel Temer (PMDB), recebeu alta médica do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, no início da tarde desta segunda-feira. O peemedebista foi internado na última sexta-feira, após passar por uma série de exames, para fazer uma cirurgia na próstata.

Desde então, ele ficou internado na unidade hospitalar e passou pelo procedimento de retirada da sonda vesical. Os médicos informaram, no último boletim médico, que Temer apresentava um quadro clínico “estável”, mas indicaram repouso antes de voltar às suas atividades políticas.

Em nota, Planalto informou que o presidente passou por uma raspagem da próstata no sábado. A sonda foi retirada no domingo, depois de ser verificado que o quadro de obstrução urinária havia evoluído satisfatoriamente.

Denúncias

Se a situação física do peemedebista é nebulosa, a jurídica não deixa dúvidas. Seu governo tende a permanecer paralisado, sob o peso de mais denúncias de corrupção. Ainda nesta segunda-feira, o grupo Rodrimar, que ocupa uma área no porto de Santos, segue “sem respaldo” de um contrato com o poder público. A constatação é do próprio governo federal. A empresa tem autorização apenas de liminares para atuar em outros dois terminais.

Os contratos do grupo em três setores do porto expiraram em 2013 e 2014. O fato obrigou a empresa a buscar medidas judiciais para manter os negócios ativos. Na gestão Dilma Rousseff, a ideia era licitar e fazer novos contratos nas áreas ocupadas pela companhia no litoral paulista.

A presença da companhia em outros dois terminais também está ancorada em liminares. O caso percorre um longo caminho na Justiça Federal. Agora, será questionada a prorrogação de suas concessões por um período de 35 anos, por força de um decreto presidencial, assinado por Temer.

Rocha Loures

Diante dos novos questionamentos, Temer será obrigado a prestar depoimento na investigação que apura recebimento de propina na edição de Medida Provisória. As declarações serão por escrito. O peemedebista é suspeito de favorecer a Rodrimar ao editar o decreto.

O inquérito foi aberto por Barroso a partir das delações premiadas de executivos do grupo J&F; a pedido do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. No início do mês, a sucessora de Janot, Raquel Dodge, confirmou no STF o pedido de oitiva de Temer. Outras sete pessoas investigadas no caso também serão chamadas a depor. Entre eles os executivos da Rodrimar e da JBS; além do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, alvo do mesmo inquérito. Este último encontra-se preso, em Brasília.

 


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »