06/11/2017 às 14h07min - Atualizada em 06/11/2017 às 14h07min

'É uma situação de absoluta penúria', diz Cunha sobre sua condição financeira t

Preso desde outubro, ele diz que não pode trabalhar e está com os bens bloqueados

ANDRÉ DE SOUZA
O GLOBO

BRASÍLIA - O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara, disse nesta segunda-feira que está numa "situação de absoluta penúria". Preso desde outubro de 2016 em razão da Operação Lava-Jato, ele contou que não pode trabalhar, não tem renda e está com os bens bloqueados. Cunha presta depoimento no processo em que é réu por suspeitas de irregularidades no Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal (CEF).

— Infelizmente neste momento não posso ter renda. Estou sem trabalhar — disse Cunha ao ser questionado sobre seu rendimento atual pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília.

— Neste momento estou sem renda. Absolutamente sem renda. E os bens bloqueados. É uma situação de absoluta penúria — concluiu.

 

Outros réus no processo também relataram dificuldades para conseguir alguma fonte de renda. O empresário Alexandre Margotto, apontado como sócio de Lúcio Bolonha Funaro, o operador de políticos do PMDB em esquemas de corrupção, disse que depende agora da ajuda da mãe e do tio, além do Airbnb.

Já o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto afirmou que sua fonte de renda é o aluguel de uma casa no interior de São Paulo. Ao contrário de Cunha, os dois firmaram acordo de delação premiada.

'NÃO CONSIGO ME DEFENDER'

Cunha também reclamou do que vê como cerceamento a sua defesa no Paraná. Como foi preso por ordem do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, ele ficou inicialmente na capital paranaense.

Em setembro, chegou a Brasília para ficar alguns dias, em razão de depoimento a prestar na cidade. Como esse depoimento vinha sendo adiado — só começou de fato nesta segunda-feira —, Cunha tem permanecido em Brasília.

— Eu não consigo me defender. Se estivesse no Paraná, não teria condições — disse o ex-presidente da Câmara.

No Paraná, Cunha já foi condenado por Moro na Lava-Jato a 15 anos e quatro meses. No Distrito Federal, o processo do FI-FGTS está em fase final. Nesse processo, são réus: Cunha, Funaro, Cleto, Margotto e o ex-ministro e ex-presidente da Câmara Henrique Alves.



 


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