07/12/2017 às 10h24min - Atualizada em 07/12/2017 às 10h24min

Capital 06/12/2017 18:55 Passageira usa guarda-chuva para se proteger de goteiras em ônibus

Cena inusitada foi flagrada e registrada por professora na linha 087, de Campo Grande

Osvaldo Júnior e Kleber Clajus
campograndenews
(Foto: Direto das Ruas)

Na rotina como usuária de transporte coletivo, a professora Flávia Laís Alarcon, 29 anos, consegue, sem esforço, fazer uma lista de precariedades. No entanto, mesmo acostumada com os problemas do setor, ela se deparou, na tarde desta quarta-feira (dia 6), com cena inusitada: uma idosa usava um guarda-chuva dentro de um ônibus da linha 087 para se proteger de goteiras.

A professora não teve dúvidas: fez foto. Isso não apenas para provar a veracidade da história, mas também para denunciar o caso. Na imagem, aparece uma mulher, que Flávia acredita ter cerca de 60 anos, com guarda-chuva aberto, e uma sacola de compras. “No lugar que estava não tinha janela em cima. Então, a água devia entrar por buracos no teto do ônibus mesmo”, acredita.

Flávia contou que a água não entrava apenas no lugar onde viajava idosa. “Havia outras goteiras e também entrava pela janela do teto. Uma mulher se levantou do banco, porque caía muita água”, descreveu.

Apesar de registrar a cena em uma foto, a professora nota que esse é apenas um dos problemas do transporte público em Campo Grande. “Não sei o que é pior: em dia quente, quando faz muito calor e o cheiro fica insuportável no ônibus lotado ou quando chove e é preciso fechar as janelas e fica abafado”, comentou.

Na avaliação dela, a frota é pequena e parte já está velha, mesmo os de linhas com itinerários mais longo. “O 087, por exemplo, cruza quase toda a [rua] 14 e passa por três terminais. Então, é uma linha importante e está desse jeito”, queixa-se.

Na lista de problemas apresentados pela professora, há, além da superlotação e da demora, a precariedade das ruas. “Os ônibus passam correndo nos buracos, joga todo mundo lá pra cima. É horrível”, conta. 

A tarifa do ônibus em Campo Grande subiu recentemente de R$ 3,55 para R$ 3,70. 

 

Problemas se repetem – A situação descrita pela professora é bem conhecida pelos demais usuários do transporte coletivo. O Campo Grande News esteve no terminal Morenão e conversou com algumas pessoas.

estudante de Educação Física, Ramão Almeida, 37 anos, observa que há goteiras em diversos ônibus. “Se tiver muita gente tem que aguentar [a goteira]. Não precisa nem sair fora para se molhar na chuva. Além disso, tem os buracos no caminho”, reclama.

A auxiliar de loja Aldeni Ferreira, 30 anos, ainda não esteve em ônibus com goteira, mas vivenciou outro tipo de problema em dia de chuva. “Não tive ainda problema de ônibus que choveu dentro, mas tenho medo quando chove muito. Eu já fiquei naquela estrutura para cadeirante e toda hora parecia que ia cair”, lembra-se.

A administradora Sara Caroline Magalhães, 25 anos, reconhece que houve alguma melhora, mas é preciso avançar mais. “A estrutura melhorou, mas ainda tem poucos ônibus. Quanto a goteiras, tive um problema desse no começo do ano. Era a linha 061”, conta.

 


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