Operação da Polícia Federal que combate esquema de pagamento de propina e corrução envolvendo a cúpula do governo e a JBS, têm, entre seus alvos, o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), o conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, ex-deputado federal e ex-secretário de fazenda, Márcio Monteiro, além do agropecuarista de Maracaju, Élvio Rodrigues. O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) não está entre os presos, mas foi alvo de mandado de busca e apreensão em sua residência e no parque dos poderes.
As investigações tiveram início neste ano, e tiveram como ponto de partida delação de empresários do grupo JBS. A ação envolve 220 policiais federais que cumprem 220 mandados de busca e apreensão, 14 de mandados de prisão temporária em Campo Grande, Aquidauana, Dourados, Maracaju, Guia Lopes da Laguna e na cidade de Trairão (PA). Os mandados foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A investigação da PF apontou que até 30% dos créditos tributários (incentivos fiscais ao grupo JBS) eram revertidos em proveito do grupo, que os policiais federais chamam de “organização criminosa”. Pelo menos R$ 200 milhões em isenções de impostos são alvos da operação.
Dinheiro em espécie e doação eleitoral
As propinas foram pagas por meio de doação eleitoral para a campanha de 2015, e também em espécie, nas cidades de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), em 2015.
Elvio Rodrigues, seria o o alvo da operação que emitia “notas frias” para “esquentar” a propina repassada pela JBS ao grupo. Élvio é o mesmo produtor rural que, neste ano, teve autorizada pela Justiça a devastação de mais de 20 mil hectares de mata nativa do Pantanal, na Fazenda Santa Mônica. Na ocasião, o governo valeu-se da Procuradoria Geral do Estado para atuar em processo raro, em favor de Rodrigues.
Deputado e conselheiro
Márcio Monteiro, atualmente conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, ex-deputado federal pelo PSDB, e secretário de Fazenda durante quase toda gestão Azambuja, é um dos alvos de mandado de prisão, por envolvimento no esquema de propina. O deputado estadual Zé Teixeira, é outro alvo, e já está preso.
Operação paralela
No bojo da ação de hoje, foram cumpridos, ainda, três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Estadual do Mato Grosso do Sul, no interesse da Promotoria do Patrimônio, cujo objeto vincula-se aos fatos investigados pela Polícia Federal.