25/02/2020 às 07h52min - Atualizada em 25/02/2020 às 07h52min

TJ decide juiz que vai julgar André e mais 11 em ação de propina da JBS

Segundo desembargadores, juiz da 1ª Vara Criminal já está inserido nas nuances das ações oriundas da Lama Asfáltica

Aline dos Santos
campograndenews
Tribunal de Justiça decidiu no último dia 20 sobre impasse na Lama Asfáltica. (Foto: Marcos Maluf)
O TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) definiu o juiz que ficará com a ação penal da Lama Asfáltica contra o ex-governador André Puccinelli (MDB). O processo é sobre denúncia de pagamento de propina pela JBS e até 2019 tramitou na 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande.

Na Justiça estadual, primeiro, o processo foi distribuído para a 2ª Vara Criminal de Campo Grande. Mas o juiz enviou para a 1ª Vara Criminal, onde já tramitava, desde 2015, ação do braço estadual da Lama Asfáltica.

No mês de dezembro, o juiz da 1ª Vara Criminal, Roberto Ferreira Filho, suscitou o “conflito negativo de competência". Ou seja, o magistrado não se considerou o chamado “juiz prevento” (o que primeiro tomou conhecimento dos fatos).

De acordo com Ferreira Filho, as ações penais sobre a propina da JBS e a de 2015 (peculato e falsidade ideológica) têm apenas dois réus em comum e, tampouco, se referem a fatos semelhantes, sem coincidência no modo de agir dos denunciados.

O caso foi enviado para o Tribunal de Justiça. Na última quinta-feira (dia 20), a 3ª Câmara Criminal decidiu que o processo sobre a propina da JBS deve tramitar na 1ª Vara Criminal de Campo Grande. Os desembargadores julgaram improcedente o conflito negativo de jurisdição e declararam a 1ª Vara Criminal como competente para processar o julgamento da ação penal.

Segundo o relator, desembargador Jairo Roberto de Quadros, ambas as ações têm origem nas investigações realizadas no âmbito da Operação Lama Asfáltica. Ainda segundo ele, o juiz prevento já está inserido nas nuances das ações oriundas da investigação da Polícia Federal.

No entanto, a defesa de João Paulo Calves (advogado apontado como “testa de ferro” de Puccinelli Júnior) informou nesta segunda-feira (dia 24) que vai recorrer. “Apresentaremos recursos, inclusive aos tribunais superiores, para que o tema da competência seja decidido em definitivo, em homenagem à segurança jurídica”, afirma o advogado André Borges.

JBS e propina - Relativa à fase Máquinas de Lama, o processo é sobre crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro relacionados à concessão de benefícios fiscais pela gestão de Puccinelli a JBS, que tem frigoríficos no Estado.
 

A propina teria sido paga de 2007 a 2015 por meio de notas frias com valores milionários, dinheiro em espécie e doação para campanha eleitoral.

O processo tem doze denunciados: André Puccinelli, André Luiz Cance, João Amorim, Elza Cristina, André Puccinelli Junior, João Paulo Calves, Jodascil Gonçalves Lopes, Micherd Jafar Junior, João Roberto Baird, Antônio Celso Cortez, João Maurício Cance e Ivanildo Miranda.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »