14/03/2020 às 08h42min - Atualizada em 14/03/2020 às 08h42min

Técnico da Energisa tenta contato com perito;

Empresa garante que só pediu esclarecimentos CPI da Energisa notificou a empresa investigada

13/03/2020 18:14 - Fábio Oruê
Correio do Estado
Técnico da empresa investigada tentou contato com os professores que irão fazer os trabalhos de perícia nos medidores de energia - Foto: Divulgação

Técnico designado pela Energisa - concessionária que administra a distribuição de energia em parte de Mato Grosso do Sul -, que é alvo das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apura supostos abusos no preços das contas de luz, tentou entrar em contato com os professores que fazem o trabalho de perícia nos medidores. Por conta disso, a CPI notificou a empresa, que explicou que procurava esclarecimentos sobre o procedimento de análise dos medidores. 

Conforme divulgado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), a CPI enviou nesta sexta-feira (13) um ofício notificando a concessionária para que “abstenha-se de entrar em contato com as entidades envolvidas na realização dos trabalhos de perícia” dos medidores. O técnico designado pela Energisa para acompanhar os trabalhos da CPI tentou, reiteradas vezes, fazer contato com os professores da Universidade de São Paulo de São Carlos, apresentando-se como representante da Comissão.

 
 

Em nota, a Energisa confirmou que seu representante técnico entrou em contato com a Universidade de São Carlos, mas sem sucesso, para entender os procedimentos técnicos a serem adotados na aferição dos medidores contratada pela CPI.

O técnico que a empresa escalou para acompanhar os trabalhos da CPI é Marco Antônio Pinheiro Flores, que se apresentou aos deputados membros da Comissão na última reunião, realizada na terça-feira (10) como “responsável técnico do processo” movido pela Assembleia contra a concessionária, baseado nas reclamações de consumidores que reclamam de aumentos abusivos em suas contas de luz nos últimos anos. Por isso, os membros da CPI enviaram um ofício endereçado ao presidente da Energisa, Marcelo Vinhaes Monteiro.  

“Essa tentativa de contato é inaceitável, demonstra um total desrespeito tanto à CPI quanto à Universidade, que fará um trabalho isento e não aceita interferência de nenhuma parte”, asseverou o deputado Felipe Orro, presidente da Comissão.

 
 

Por sua vez, a Energisa enviou um requerimento formal com os questionamentos ao professor da USP Rogério Andrade Flauzino. Entre as dúvidas e solicitações a empresa quer saber se a universidade tem creditação no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro); quais os testes serão realizados; e os critérios que serão adotados para aprovação e reprovação dos medidores. 

Ainda segundo a nota, "a Energisa busca coletar informações acerca da acreditação dos laboratórios da USP São Carlos perante o INMETRO, que é o órgão que atesta a capacitação para manipular os medidores de energia das distribuidoras de energia elétrica. A ausência dessa acreditação torna a perícia inválida."

A Universidade de São Carlos fará perícia em 200 medidores de energia que serão coletados entre os dias 18 e 26 deste mês. Esse é o primeiro ato da CPI em busca de provas de que pode haver irregularidades nos registros de consumo de energia no Estado.


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